Pensei muito, mesmo muito, mais que alguma vez tinha pensado, afinal o que queria eu da minha vida? o que estava eu a fazer ou a querer fazer dela? o amor que sentia por quem me amava julgava que já não era igual, tinha tantas inseguranças, tanta coisa para assimilar, que acho que iria explodir a qualquer momento.
Queria despedir-me daquilo tudo, rasgar cada bocadinho como se fosse um papel despedaçado, queria que tudo desaparecesse, até eu queria desaparecer. Depois de juntar cada papelinho rasgado apercebi-me que não podia ser, arranjei coragem suficiente e agarrei no canivete que trago sempre comigo e escrevi na árvore grande e velha que ali estava tudo o que queria apagar de mim, "despir" de mim, desde desamores, traições, inimigos, mágoas, rancores, queria que tudo ficasse por ali, e ficou, ali gravado, vim-me embora sem sequer olhar para trás, e um dia, se quiser recordar tudo o que esqueci, dirijo-me à árvore, porque ela estará sempre no mesmo sítio, com a gravação que lhe fiz.
IS.-

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Beijinho